Durante todo o século XVI e início do XVII os portugueses consideravam a
mão-de-obra indígena indispensável aos negócios açucareiros, a Coroa portuguesa ficava dividida considerando os indígenas
como súditos, era legal e moralmente inaceitável escravizá-los. Mas a
realidade ditava-lhe essa necessidade.
Como no Brasil havia grande possibilidade de utilizar o indígena
como mão-de-obra, e os senhores de engenho não dispunham de recursos
suficientes para importar africanos, a melhor opção era mesmo usá-la.
Assim, a Coroa portuguesa, apesar de ter começado a criar em
1570, uma legislação para proibir a escravização indígena, deixou
suficientes brechas na lei para não extingui-la de vez, o que afetaria a
produção açucareira e, conseqüentemente, reduziria seus lucros.
O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena
nos engenhos brasileiros, especialmente naqueles localizados em
Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias os colonos conseguiam escravos
índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras
e, também, atacando as próprias tribos aliadas. Essas incursões às
tribos, conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto
pelos jesuítas como pela Coroa. Mas o interesse econômico falou mais
alto e, dessa forma, fazia-se vista grossa às investidas.
Os jesuítas pressionaram a Coroa e conseguiram que os senhores
dessem folga aos índios aos domingos, com o objetivo de que assistissem à
missa, mas esgotados pelo ritmo de trabalho, eles preferiam descansar
ou ir caçar e pescar, como forma de suplementar sua alimentação. Muitos
senhores não atenderam a essa determinação régia e os índios continuaram
trabalhando aos domingos e dias santos. Tentando resolver essa situação, os jesuítas intensificaram as
ações contra a escravidão, promovendo intenso programa de catequização
nos pequenos povoados e aldeias da região.
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